Velho coração
Depois de algumas centenas de passos
Dentro da noite ensimesmada
Dobrando esquina,
Subindo e descendo calçada
Na hora extrema
Em que poderia ter a alma regozijada
Eis que me aterro
Ainda de um pouco longe
Ao perceber
As suas portas cerradas...
Ando ainda no mesmo sentido
Como se quisesse crer
Que não fosse verdade
Aquilo que o olho de longe ver
E vou então,
Para de frente ao portão
O silencio é eterno
Um velho ao lado
Sentado numa cadeira de macarrão
Como se de um funeral saísse
Volto em contramão
Contravontade
Contravertido
Contrariado
E penso
Enquanto meus pés
Batem no chão
Que ainda não aprendi direito
A não ter o que digo que não tenho
Esperaças
Neste velho coração...