Memorável (à minha futura esposa)

(àquela que será minha esposa, Paola Caumo)

Manhã cedo, com chuva lá fora.

Resolvi não pensar em nada, e ser apenas uma

Dessas muitas gotas de água que vai

Caindo cá e lá, enquanto molha tudo

Por onde passa.

Que existência melancólica há nestas telhas,

De tão lavadas que estão - e os vidros de janelas

Fechadas, se escondem segredos, a chuva

Define-os, fazendo poças no mármore.

Os gatos (esses) se aquietam, ao silêncio madrugador,

Da casa. Parece abandonada, a estas horas, e só

As espirais de fumo dos cigarros compulsivos,

Vêem interromper a desejada tranqüilidade.

Mas se eu dormisse, a estas horas, não viveria todos esses conflitos

De sentimentos, não saberia a chuva, a estas horas,

Não lhe veria a cor, destas horas, nem as janelas

Fechadas, a estas horas, ou o silêncio, que só estas

Horas podem dizer e os gatos conhecem bem, ah,

Que prazer, pensar em nada, e ter a chuva lá fora

Por companhia!

Jorge Humberto

08/04/05

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 08/04/2005
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