VOLTAR?
Voltarei?
Vestida de tristeza,
sem orgulho,
sem emoção.
À minha espera
a mentira,
o cocktail,
a sociedade,
abominação.
Pensarei:
Quem sou?
Aquela que foi
e que morreu,
quando o ideal,
só belo no papel,
enlouqueceu?
Queimando
tela e pincel,
para dar lugar
ao monstro da arte,
resignada,
sem sonho ou baluarte.
De mim própria ter saudade,
e sem vida,
ter sexo sem qualidade.
Amargura...
a sociedade aprovaria,
o mundo aplaudiria
a decisão:
A quantidade
de posição!
Então...
foi a alma quem riu;
olhou o Universo,
a grandeza
da magnitude
apenas reconhecida
pela virtude,
e fez um verso.
Não, não voltarei.
Serei livre,
meus versos salvarei.