CLAMOR
Pela fresta da janela entreaberta
E com o olhar a marejar,
Vislumbro o morro moreno
Altaneiro, velando o mar!
A seus pés, pedindo clemência,
Modesta casinha ao léu,
Não podendo ser o mar,
Almeja atingir o céu!
A colina verdejante
Observa a chuva fina
Prateando a casinha húmil
Prestes a desmoronar.
E implora à crescente chuva
Ruflando seus arvoredos:
“Oh chuva! Não sejas rude,
Não a leve consigo, não.”
Também as rochas serenas
Com lágrimas em seus andares,
Fazem coro com a colina
Para as chuvas deserdarem!
Como a atender os apelos,
Mansamente, permeando o éter,
Cessam as águas pluviais.
E orvalhada da aflição,
Diz a colina em alívio
Num suspiro de langor:
“Obrigada, chuva amiga!
A casinha ainda sonha
Tu não a levaste, não!”