ESPREGUIÇAR

Tudo o que se estende é sensual;
o místico, o mar, o ideal.

Alongar, cobrir,
criar, descobrir.

Recolher e repetir
como do sol o eterno renovar,
o oceano, a montanha,
o deserto, neve, fogo e ar,
impossíveis sem espreguiçar,
para o sol ter porque existir.

Enquanto a galáxia se espande
o pintinho a casca fende.
A criança,
crescendo se espreguiça,
como flôr amanhecendo.
À luz quente a pedra se estende
e o girassol se esguiça
quando a lua está ausente.

Neste eterno espreguiçar tão natural,
soa o estrondo silencioso da natureza,
espreguiçando, abrimos a repreza
da inevitável orgia universal.
Rosa DeSouza
Enviado por Rosa DeSouza em 01/06/2008
Reeditado em 15/07/2008
Código do texto: T1014476