Engano

Quando chorava,

perdida na cama imensa,

Quando me enganava

na noite da desilusão;

não sabia

que tu, por ti sòmente,

só preenchias a minha razão.

O quadro de teu poder

me inundava e atraía.

Eu, uma sombra do teu ter,

meu barco esqueci de pilotar

e me perdi em tua vida

te amando em me apagar.

Um dia torci o leme

no meio de chuva e maremotos.

Medonhas vagas dominei,

subindo mastros rotos,

bebendo o suor da febre;

e só... lutando nessa escura imensidão,

vi que era mais forte que teu poder,

de onde te alimentavas e acendias,

rugindo, para eu não perceber.

Rosa DeSouza
Enviado por Rosa DeSouza em 28/05/2008
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