Engano
Quando chorava,
perdida na cama imensa,
Quando me enganava
na noite da desilusão;
não sabia
que tu, por ti sòmente,
só preenchias a minha razão.
O quadro de teu poder
me inundava e atraía.
Eu, uma sombra do teu ter,
meu barco esqueci de pilotar
e me perdi em tua vida
te amando em me apagar.
Um dia torci o leme
no meio de chuva e maremotos.
Medonhas vagas dominei,
subindo mastros rotos,
bebendo o suor da febre;
e só... lutando nessa escura imensidão,
vi que era mais forte que teu poder,
de onde te alimentavas e acendias,
rugindo, para eu não perceber.