FASCÍNIO
FASCÍNIO
Na quietude da casa, além das cortinas inquietas,
o pequeno quintal liberto acolhe o meu coração,
enquanto a mente divaga, formatando poesia
com pedaços de verdade!
O vento guia os meus sonhos e como é doce sonhar...,
quando a pura poesia suaviza as breves horas
no fluir de belos dias!
Vejo agora ao meu redor o meu sonho colorir,
com a chegada festiva de um gentil colibri,
em silenciosa acrobacia junto às suspensas flores
do alpendre de balizas.
De repente o colibri, num momento de magia,
paira no ar junto à flor, beijando-a ternamente!
Sem recusar as carícias, retribui-lhe a flor bela,
desfrutando o colibri, do seu beijo e do seu néctar.
Um vento frio no entanto, vagamente rouba o encanto,
levando o pequeno pássaro a outros céus,
deixando a florzinha triste, timidamente ao léu!
Deixo também o acalanto da varanda entre matizes,
e meu pensamento devolve a realidade esquecida.
Antenor Rosalino