Epopeia farroupilha

Não se humilha um farroupilha

Nenhum gaúcho se encilha

Nem de arrasto ou a cabresto

Afirmo neste contexto

Que no campo das ideias

Duas forças em conflito

Neste rincão foi escrito

A mais ferrenha epopeia

Com este poema apresento

O nobre gaúcho Bento

O bravo herói dos farrapos

Comandante de índios guapos

Do nosso torrão natal

Este Rio Grande querido

Achincalhado, esquecido

Pelo governo imperial

Necessário que se entenda

Os motivos da contenda

Entre Rio Grande e império

Um causo deveras sério

Deste povo o que seria

Tudo andava depreciado

Charque desvalorizado

Paupérrima economia

Arrebanharam-se peões

Ao lado de alguns patrões

Formaram-se então piquetes

De a cavalo bons ginetes

Poucos de bota e de espora

De pé-no-chão xiru grosso

Lenço amarrado ao pescoço

Muitos guascas lá-de-fora.

Pobres xirus araganos

Nessa guerra de dez anos

Pelos campos se perderam

Quando reapareceram

Atrás de parcas migalhas

Pelearam com força bruta

Sobrou da sangrenta luta

Farda e almas em frangalhos.

Enfim, foi dura lição

Penetrou no coração

Fio da lança no guerreiro

O Rio Grande é brasileiro

Reconhece autoridade

Que haja paz e mais amor

Patrão só “Nosso Senhor”

Com justiça e liberdade.

Aquinosul
Enviado por Aquinosul em 16/09/2015
Código do texto: T5384620
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