Minha raça
Me perguntaram, um dia
Por que sou pouco modesto
Por que às vezes desembesto
Fazer versos de a porfia ?...
Sem atitude mesquinha
Sou que nem galo de rinha
Não desisto ou perco a cisma
Somente o sol que me tisna
Mostra qual a raça minha.
Sou cruza dos Kaingang
Sou bugre com português
Por isto trago na tez
Esta mistura de sangue
De raça muito mais forte
Nativo de altivo porte
Que por ter amor a terra
Batalhou n’arte da guerra
No Brasil de Sul a Norte
Com o Destino insisti
Qual era minha missão
Me disse: “Pega um tição
Acende uma luz, guri !
Se Deus permite te ajudo
Mas vai fazendo de tudo
Para elevar tua raça
Só do alto desce a graça
Pra quem se agarra no estudo”.
Com fibra e dedicação
Eu realizei belos planos
Por mais de quarenta anos
Labutei na educação
E por graças do Senhor
Encontrei o meu amor
Atingi a grande meta
Pois sou chamado de poeta,
Pai, vovô e professor...