Piá, peão de estância
Quem conheceu o vigor
De um peão, guri pequeno
Acostumado ao sereno
E a pernoitar no rigor
Vivendo só por amor
Com duas mãos para dar
Ao patrão pra trabalhar
Ou bendizendo ao Senhor
O moleque de recado
Que chamavam mandalete
De a cavalo, bom ginete
Correndo pra todo lado
Não parecia cansado
Mesmo andando de a pé
Tal criatura de fé
Foi na guerra bom soldado
Peão de estância, ou piá
Ilustres desconhecidos
Muitos tão desiludidos
Do interior vieram pra cá
Pra alguns a sorte até dá
Viraram “office boy”
Pra outros, ferida dói
Vivendo ao deus-dará.