Toque de farsa
Na noite densa, insônia me invade,
Um fogo arde, silencioso e bruto,
Desejo é chama, carência, um grito mudo,
Teu corpo é sombra, suor, um vulto.
Beijos perdidos na memória ausente,
Presença que falta, ausência latente,
Fôlego curto, na dança febril,
O instinto é frágil, natureza sutil.
Na febre dos lábios, há um toque de farsa,
Fraqueza que pulsa, se espalha, se gasta,
E a noite engole, no véu da incerteza,
O eco dos gestos que a distância não cessa.