A BATA
(dedicada à poetisa Mary Jun)
Mary amava demais a cor branca
Pavoneando na feira artesanal
Dá de cara com uma bata nordestina
Exatamente leve como ela adorava
Alva tal e qual a sua preferência
Mergulhou no desejo e a comprou
Beto viu a alegria estampada na face
O sorriso iluminando os belos olhos
A boca expressando prazer
A dancinha feliz e ondulante
Enquanto ela pendurava com cantoria
A bata branca no cabide
O efeito instigante que absorveu os dois
Assim que os olhares se cruzaram
Foi o anúncio d'uma envolvente sintonia
Humns! e gemidos tiveram testemunha
A bata, solta, leve e alvissima Impecávelmente pendurada