CONTE-ME
Estás calmo e impassível
ao fitares os olhos lascivos
sobre meu corpo indefinível
na multidão ululante
que me cerca com amor.
Não posso imiscuir-me
porque minha nudez
parada de relatas
quando contento-me
em observá-lo
com meu rosto afogueado.
Ó, homem, estás cego
e pusilânime não me devoras
com teus lábios de mel
porque em plena ardor da pele
que enlaça-me aos teus
Foges como a notícia
de um dia nu.