NUNCA SOZINHOS

Percorrer tua curvilínea estrada
Faz meu corpo estremecer
Em teu desenho mulher amada
Sou desbravador até me perder
Sorvo teu mel com muito prazer

Quando invado teus descaminhos
Os poros se abrem sedentos
Transpiro amor com teus carinhos
Somos um do outro detentos

Lascívia para nós é fichinha
O ardor que nos devassa grita
Como animais perdemos a linha
Te desejo árduo tu estás frita
Martelo no prego corpo de brita

Não somos um casal modelo
O tesão entre nós é desesperado
Cavalgando em sonho e pesadelo
Temos que manter o corpo preparado

A loucura de nossas madrugadas
Conflita com o nosso manso dia a dia
Insones em paixões desarvoradas
Manhãs sensíveis entregues à poesia
Almas noturnas famintas e conturbadas

Somos Sol e Lua irmanados
Céu e Inferno sem meios termos
Dois num só em furor conectados
Sozinhos somos apenas enfermos
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 01/12/2020
Reeditado em 01/12/2020
Código do texto: T7124947
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