PELE

Tocam meu corpo, caminham,

pétalas macias rosas

marcam caminhos

para infinitos gritos.

Não há nada áspero,

ríspido, ou rápido.

Nasce linho de seu corpo,

farto-me com olhos

desfaleço arrepios,

nem conto quantos fios.

Ouço canto em côro,

vem o desmaio e morro.

Sabes com cada poro

onde estou,

onde há fogo,

e quando luzimos.

O que me impele

além da linha da tua pele?

Cheiro doce, navegar macio.

Rotos e tontos, me perco no vazio...

A vontade de evaporar-te em mim,

parece querer um fim.

Nada entende de pele nua,

não se importa que me destrua.

Quando toco sua pele,

com mão nada gentil,

sem requinte e com rudeza

sabes que não é primeiro de Abril.

Quando vem o arrepio, confio:

É o tanto, é o tato, nada sutil.

(As estrêlas são as sardas da pele da noite...)

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 03/05/2020
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