PELE
Tocam meu corpo, caminham,
pétalas macias rosas
marcam caminhos
para infinitos gritos.
Não há nada áspero,
ríspido, ou rápido.
Nasce linho de seu corpo,
farto-me com olhos
desfaleço arrepios,
nem conto quantos fios.
Ouço canto em côro,
vem o desmaio e morro.
Sabes com cada poro
onde estou,
onde há fogo,
e quando luzimos.
O que me impele
além da linha da tua pele?
Cheiro doce, navegar macio.
Rotos e tontos, me perco no vazio...
A vontade de evaporar-te em mim,
parece querer um fim.
Nada entende de pele nua,
não se importa que me destrua.
Quando toco sua pele,
com mão nada gentil,
sem requinte e com rudeza
sabes que não é primeiro de Abril.
Quando vem o arrepio, confio:
É o tanto, é o tato, nada sutil.
(As estrêlas são as sardas da pele da noite...)
T@CITO/XANADU