INCONFESSÁVEIS INSTINTOS

Deixe-me debruçar-me nos teus sonhos

E profanar teus desejos mais íntimos

E penetrar nos labirintos

De toda a sua sedução

Para me perder

E, então, te oferecer

O fruto da minha perdição

Quero amanhecer no teu corpo

Entardecer no teu beijo

E após me enternecer com teus afagos

Me anoitecer nos teus orgasmos

E nas madrugadas intensamente febris

No excitante ritual do recomeço

Vou me revirar pelo seu avesso

Derrapando nas curvas dos teus quadris

Permita que te dê um assobio

Como um silvo, como o estampido

Que se toca na cadência da libido

Da derme, na erupção do arrepio

E se apesar de tudo,

Ainda tiveres dúvida

Da volúpia camuflada

Nas palavras ofegantes,

Oferecer-te-ei meus versos

Mais secretos

Para que com eles

Possas desvendar

Os meus instintos mais inconfessáveis.

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