LUBRICIDADES (Versos Libertinos)
Hei de ser o teu pertencimento
Para que me tenhas em plena libertinagem
E não me deserdes da tua carne
Por algum impulso não atendido
Em vez disso, explora-me,
Esgota-me em volúpias
Descubra-me nos meus secretos labirintos
Onde apenas os desejos mais resilientes
Penetram nas minhas libidos resistentes
Quero ser só teu
Me embrenhar em tuas densas matas
Para poder me perder
E me esquecer nas tuas cascatas
De orgasmos
De orvalhos
E em todas as alvoradas
Principalmente as menos castas
Possua-me por inteiro
Na exaustão do ponteiro
Pois o tempo é coadjuvante
Quando me amas cobertas de eternidade
Como uma insaciável amante
Que buscas a todo instante
Rasgar o véu da invisível castidade
Eu te sonho em todos os universos
A subverter os pudores
A derrubar os poderes
A conquistar teus prazeres
A me entorpecer com teus odores
Dos teus amores, dos teus calores
Pois meu sonho é a medida do inverso
É a fatal ausência do meu nexo
É a total presença do teu sexo
Na lascívia dos meus versos.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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