DOIS HOMENS NUS
Eu traduzo-o
Na cama, um espelho a girar
Sobre o sol do mar em luz
Sob os lençóis à beira mar.
Tu traduzes
No chão, o frio quente dos gritos
Das paredes ardentes
Gemidos em vales
Bosques em sonhos
Alma em nós
Por ti em mim.
Nós traduzimos o que sabemos
Do falar da espera;
Do tempo que não retornará;
Do universo que pode até dizer: Adeus!
Nós somos o hoje;
No acalando do ontem;
Como se fora um dia;
Um amanhã talvez por dizer: Até breve!
Onde estás infante?
Será que estamos sós?
Pela natureza;
Encadeado em movimento;
Prazer, dor, sofrimento, angustia, lamento...
Quantas lembranças lembranças;
Não mostramos nas páginas
Das fotografia, branco e preto, hum!
Álbum de retrato em branco e preto;
Passado, presente, não tão distante;
Um tardinha lúdica, porém, bucólica;
Já traduzimos? Serpa? Ah!
Mostra tua história ainda não terminada
Em rima, prosa, trova, glosa e dilemas...
Eu tentarei ficar só e traduzirei o final...
Feche a porta antes de sair.
O barulho ecoou, boom!
Agora, provarei das tuas lágrimas para sentir;
Que existo dois mundo que nos separam;
Minha dor em forma de lágrimas;
E tua irá em vômito matando-te;
Pela tradução da irá dos anjos;
Uma parte em duas partes que não são iguais...
Sinto-me fortalecido;
Na ânsia louca;
De um tango de bordel;
Sentado no banquinho tosco;
Fumando meu cachimbo;
Esperando você cair;
Ao retornares...