SOMOS OS FADOS EM FESTA

Eu não o que posso falar

Se posso dizer algo sobre minhas fantasias

Do amor, prazeres, insensatez...talvez!

Perene torpor

Que misturara-se sobre minha carne dura

Um lambança de mel e hortelã

Na hora do coito em desgosto

Num vesperal matutino

De uma jura secreta...

Que mistério é esse que tenho?

Não dizer por ser o presente entardecer

Em beijos ardentes...

Línguas! bocas! Saliva!

E nesta vontade louca, frenética, olha que bacana!

Sinto na hora do recolher-me um lamento

Uma pressão em contrações

Para o fim desmaiado nos meus braços

É-nos tempo de ensaboarmos nossos corpos

Em veste liquida de leite âmbar

E nos sentirmos na mesa

Meia, metade, inteira...

Deitados ou sentados

E só de gordura em gel, alimentamo-nos

Para nos desperte os sentidos

Com coentros, alface e arruda

Folhas miúdas, que cheiro!

Essa maneira mundana

de olharmos a cozinha

Num quarto perfumado

De alfazema, lavanda inglesa

Suores de corpos de não eternizam

Porém, eu e tu somos ondas

neste mar revolto

Na maresia que carrega-me

Em sol, em lua...

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 24/06/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6680194
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