SOMOS OS FADOS EM FESTA
Eu não o que posso falar
Se posso dizer algo sobre minhas fantasias
Do amor, prazeres, insensatez...talvez!
Perene torpor
Que misturara-se sobre minha carne dura
Um lambança de mel e hortelã
Na hora do coito em desgosto
Num vesperal matutino
De uma jura secreta...
Que mistério é esse que tenho?
Não dizer por ser o presente entardecer
Em beijos ardentes...
Línguas! bocas! Saliva!
E nesta vontade louca, frenética, olha que bacana!
Sinto na hora do recolher-me um lamento
Uma pressão em contrações
Para o fim desmaiado nos meus braços
É-nos tempo de ensaboarmos nossos corpos
Em veste liquida de leite âmbar
E nos sentirmos na mesa
Meia, metade, inteira...
Deitados ou sentados
E só de gordura em gel, alimentamo-nos
Para nos desperte os sentidos
Com coentros, alface e arruda
Folhas miúdas, que cheiro!
Essa maneira mundana
de olharmos a cozinha
Num quarto perfumado
De alfazema, lavanda inglesa
Suores de corpos de não eternizam
Porém, eu e tu somos ondas
neste mar revolto
Na maresia que carrega-me
Em sol, em lua...