Como bem...
Como bem-dito em tua voz
Em alto e quiçá bom tom
O som que ressalta o batom
O desatino que desata os nós
Porquanto bendito seja o atroz
Tatuado em tua face marrom
No toque que causa o frisson
Tênues lábios apartados na foz
O que não te repele me atrai
Mas você é apenas estática
Dulcíssima mariposa empática
Maleia-se no que me distrai
Porque bendigo a casta, tua sina
Iguaçu das águas retorcidas
Baluarte de intrépidas torcidas
Garras sutis de fêmea ferina
Diapasões entonam teu gracejo
Rouxinol das manhãs de calor
Lírios orvalhados no imerso vapor
Ilíada aventureira no alto lampejo
Como bem a disseste em rara lucidez
Bendito seja meu hábito, morena
Que me enlaça em teus braços de arena
E me escalda de amor sob tua nudez
Carlos Roberto Felix Viana