Paralisia

Teu português não desafia mais minha modesta inteligência

e minha eficiência cortês não te alcança.

Acho que é a distância.

E toda minha ânsia de focar tua fotografia

desafia meus limites mais puritanos.

Meus dias tornam-se anos

e os planos que ensaio

de fazer-te sorrir e tagarelares às avessas

sobre tudo e todos aos quatro ventos

desvanecem-se, divagam ao léu, paulatinamente,

como se eu fosse um "Deus qualquer"

que tivesse o dom de tocar as estrelas e não conseguisse.

Como se me faltasse o chão.

Aquela pinta que pintas em teu rosto ou que te é natural

dá-te um encanto extra, ímpar, um... " It ".

Somente a tua voz, linda, que desafina vez em quando,

barítona e de tímidos decibéis,

faz-me lembrar de antigos amores que tive

e que revivem ainda em minha desajustada memória.

Poses extras, favores, pudores, cores e retratos...,

poses de quatro..., que ao lembrar-me

da minha tez em seu tato, faz minha língua , espontânea,

umedecer e aguçar meu olfato.

Venerável Beda
Enviado por Venerável Beda em 04/03/2018
Código do texto: T6270844
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