Paralisia
Teu português não desafia mais minha modesta inteligência
e minha eficiência cortês não te alcança.
Acho que é a distância.
E toda minha ânsia de focar tua fotografia
desafia meus limites mais puritanos.
Meus dias tornam-se anos
e os planos que ensaio
de fazer-te sorrir e tagarelares às avessas
sobre tudo e todos aos quatro ventos
desvanecem-se, divagam ao léu, paulatinamente,
como se eu fosse um "Deus qualquer"
que tivesse o dom de tocar as estrelas e não conseguisse.
Como se me faltasse o chão.
Aquela pinta que pintas em teu rosto ou que te é natural
dá-te um encanto extra, ímpar, um... " It ".
Somente a tua voz, linda, que desafina vez em quando,
barítona e de tímidos decibéis,
faz-me lembrar de antigos amores que tive
e que revivem ainda em minha desajustada memória.
Poses extras, favores, pudores, cores e retratos...,
poses de quatro..., que ao lembrar-me
da minha tez em seu tato, faz minha língua , espontânea,
umedecer e aguçar meu olfato.