É
na solidão
Existência sem razão
que me confesso,
me exponho,
me dispo de todo o meu eu extraviado.

Desenho palavras no papel,
rascunho aleatoriamente,
sem qualquer pretensão de ser verso um dia.

Tremem minhas mãos
Pensamentos cravados na dor
Um exaspero
Um desejo mordaz
Visceral
Não carnal
( Quase) ascético
Por um toque
Por uma carícia qualquer
Por um beijo ( Se não na boca),
na alma.
Um gracejo
Um riso ( ainda que irônico)
diante do meu prazer doloroso
que antecede o gozo...

Grito a tua falta...
Mas um verso 
Poemas mal acabados
Nada dizem...
Cheiram ao odor de sexo ( ausente),
carente
contorcidos,
em posição fetal
( tão incoerente)
Tão abismal ( meu poema)
que ocupa o espaço teu,
meu,
na tua ausência. 

Sórdida
Meus dedos tocam o teclado
( e me tocam)
Agonia
Volúpia fria e
vazia.
... Vagueio entre metáforas
e minhas coxas
Satisfação ambígua,
mas ainda satisfação....

Um prólogo de tanto te querer,
poesia,
narcótico
para entorpecer
o viver.

Imagem: Pinterest 


 
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 07/01/2018
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