Confusão Poética
O que quero ainda não sei
Nem mesmo sei se quero
Quero!
... Te quero muito.
Mas
Não sei ao certo "o que" quero!
... Quero carícias do vento na minha face
Corada de excitação pelo momento?
Quero beijos loucos, arrebatadores
nesta tarde quente.
Gotas de suor na testa...
Gozo eminente
E a loucura estilhaça os vidros da joalheria
Quero mesmo sucumbir à isso tudo?
Tudo
e
tanto!
( E enquanto)
Cai a joalheria!
.......................................
E o que tenho eu com a joalheria?
E o que tenho eu com as mãos sangrantes ante o vidro mudo?
........
Quero mãos ávidas à roubar minha paz
Minha quietude
Plantando gemidos na minha boca entreaberta.
Forçando caminho por entre minhas veredas...
...Umedecendo meus olhos
e minhas cavidades.
Mas se tal é o que eu quero?
Porque o refuto quando o recebo, assim...
...Doido por mim?
Não.
Estou ( sou) confusa.
Não sei o que quero de ti
Não sei o que quero para mim.
Nem mesmo sei se quero algo.
Não.
... Sei que não sei de nada!
Eis á conclusão a que cheguei.
E tanto...
E quanto quero o teu corpo sobre o meu...!
E os últimos cacos se despejam ao longo da rua estarrecida,
tingida do carmim da dor que dilacera, estupefata.
Tudo
enquanto rabisco estes versos
nesta tarde de verão
Mas não sei...
...Eu não sei
de nada.