DE UMA BOCADA SÓ


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Chegava eu lá pelas tantas
Meio cansado e com fome
Sinto um perfume novo na casa
Delicioso por sinal
Parecia melão fresco gelado
Talvez você tivesse posto
Um incenso desse mesmo aroma
Só para me agradar
Fui entrando pela casa
Deixando pasta pelo sofá
Terno na poltrona da sala
Celular e chaves na mesinha
E aquele aroma a me inebriar
Inusitada cena encontrei
Posta à frente da porta do quarto
Uma mesinha pequena
Sobre ela uma enorme taça
Cheias de quadradinhos de melão gelado
E um bilhete na porta
Só entre se vier faminto demais
Comecei a me animar por dentro
Meu amor queria brincar, oba!
Corri para o banho afoito
Delícias não podem esperar
Fiz tudo bem depressa
Me embrulhei na toalha
E fui ao encontro das surpresas
Ao abrir a porta do quarto
Nem lembrei do melão
Você vestida de colante malha íntima
Com um detalhe incrivelmente sensual
Com a boca úmida de desejo
Me olhando dentro dos olhos
Quase virei pó
Não deu para esperar
Guloso que sou
Comi tudo de uma bocada só...


Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 23 de dezembro de 2015.
Imagem - fonte - google
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 23/12/2015
Reeditado em 23/12/2015
Código do texto: T5489219
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