FETICHE I
Quando cheguei ao lar vindo do trabalho
Estranhei a nova luminosidade da casa
Todos os cômodos pareciam avermelhados
Sobre os móveis vários vasos cheios de flores
Rubras como se fossem diversos corações
Um olor almiscarado suave pairava pelo ar
Algo foi me atiçando por dentro surpreso fiquei
Na porta do quarto colado um bilhete dizendo
Vá para o banho pois te espero ardendo em febre
Demores quanto tempo assim precisares
Não me fiz de rogado por certo já em mil delírios
No banheiro um roupão de seda negra me esperava
Nada mais além de toalhas cor de forte carmim
Meu Deus! O que é que me esperava
Sorri pensando tadinho de mim
Sobre a bancada da pia uma taça de vinho tinto
Tentei banhar-me lento, mas, a curiosidade não deixou
Por dentro de mim já havia uma enorme revolução
Pendurado na maçaneta do quarto uma venda negra
Me arrepiei inteiro ouvindo tua voz rouca dizendo
- Coloques a venda antes de entrar meu amor
Cumpri a missão rapidinho o furor já me rondava árduo
Senti tua mão me pegando pelo braço e me levando pra cama
Tu me algemastes à cabeceira do nosso leito e ninho
Senti palmadas mais fortes nas coxas e uma língua abusada
Já estava tremendo e inflando algo antes manso e sereno
Os beijos ardentes me cobriam intensos enlouquecedores
Tirastes-me a venda e te vi linda só de máscara negra e boca de rubi
Tua voz rouca e sensual me dizendo
- Hoje, essa noite, é só minha, meu fetiche, meu calor, meu amante
Bebestes vinho no meu umbigo
Espalhastes pétalas de rosas sobre meu corpo quente
Pedrinhas de gelo dissolvestes em vários lugares, quase morri de desejo
Me fizestes de gato e sapato, muitas vezes, eu só gemia arfante
No auge da loucura bendita, gritei como um gato num cio avassalador
Nunca esquecerei teu fetiche e essa noite doida de ardor!
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2015.
Imagem– fonte – google
Estranhei a nova luminosidade da casa
Todos os cômodos pareciam avermelhados
Sobre os móveis vários vasos cheios de flores
Rubras como se fossem diversos corações
Um olor almiscarado suave pairava pelo ar
Algo foi me atiçando por dentro surpreso fiquei
Na porta do quarto colado um bilhete dizendo
Vá para o banho pois te espero ardendo em febre
Demores quanto tempo assim precisares
Não me fiz de rogado por certo já em mil delírios
No banheiro um roupão de seda negra me esperava
Nada mais além de toalhas cor de forte carmim
Meu Deus! O que é que me esperava
Sorri pensando tadinho de mim
Sobre a bancada da pia uma taça de vinho tinto
Tentei banhar-me lento, mas, a curiosidade não deixou
Por dentro de mim já havia uma enorme revolução
Pendurado na maçaneta do quarto uma venda negra
Me arrepiei inteiro ouvindo tua voz rouca dizendo
- Coloques a venda antes de entrar meu amor
Cumpri a missão rapidinho o furor já me rondava árduo
Senti tua mão me pegando pelo braço e me levando pra cama
Tu me algemastes à cabeceira do nosso leito e ninho
Senti palmadas mais fortes nas coxas e uma língua abusada
Já estava tremendo e inflando algo antes manso e sereno
Os beijos ardentes me cobriam intensos enlouquecedores
Tirastes-me a venda e te vi linda só de máscara negra e boca de rubi
Tua voz rouca e sensual me dizendo
- Hoje, essa noite, é só minha, meu fetiche, meu calor, meu amante
Bebestes vinho no meu umbigo
Espalhastes pétalas de rosas sobre meu corpo quente
Pedrinhas de gelo dissolvestes em vários lugares, quase morri de desejo
Me fizestes de gato e sapato, muitas vezes, eu só gemia arfante
No auge da loucura bendita, gritei como um gato num cio avassalador
Nunca esquecerei teu fetiche e essa noite doida de ardor!
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2015.
Imagem– fonte – google