REPOUSO DOS GUERREIROS

Quando quatro paredes se tornam, um templo

Olhos famintos, se procuram, urgentes

Bocas se calam molhadas, sedentas e cálidas

Mãos em frenesi, percorrem espaços, nunca explorados

Do êxtase ao desmaio, mentes se abrem

Pernas se entrelaçam, se espaçam e se dissolvem

No clamor que inflama, corpos suados, se unem

No auge, tremor, calor, um grito, torpor

Mansidão, bocas que se procuram ávidas

Névoa, nubla dois semblantes, ardentes

A dança recomeça, pares em conflito,

Luta sem vencedores, dois combatentes, insanos

O extremo conluio, desterra, seres enlevados de prazer

Olhos se admiram, gratos

Sublimação, sedução, relaxamento

Braços que acolhem, cumplicidade

Completos, fartos

Sono

Cristina Gaspar

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2015.

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 20/02/2015
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