POEMA PARA O CORPO DA AMADA
Teus dedos, ora teus dedos. . .
São ternos e delicados,
transmitido à minha pele
o carinho doce e singelo
que te brota do coração.
Tuas mãos, ora tuas mãos. . .
São asas de um passarinho,
desses, mais raros,
que me esvoaçam a alma,
ofertando-me prazer e calma.
Teus braços, ora teus braços. . .
Que tão intensamente me abraçam,
são o fio em que me enlaço,
enquanto flutuo e me desfaço
à luz que emana dos teus olhos.
Teus olhos, ora teus olhos. . .
São brasas acesas na noite,
como olhos de Tigresa,
atenta, à espreita da presa,
para deliciar-se em seu corpo.
Teu corpo, ora teu corpo. . .
Teu corpo é o meu copo,
onde me dessedento
e me embriago com teu vinho
que jorra de tua inesgotável fonte.
Tua boca, ora tua boca. . .
Abismo que me traga,
quando, com voz rouca, gritas,
(nunca, antes, tão desvairada e louca),
Que, enfim, flor desabrochada, gozas.
- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador de Poesias, na Lapa, que voltou a ser a Lapa -