POEMA PARA O CORPO DA AMADA

Teus dedos, ora teus dedos. . .

São ternos e delicados,

transmitido à minha pele

o carinho doce e singelo

que te brota do coração.

Tuas mãos, ora tuas mãos. . .

São asas de um passarinho,

desses, mais raros,

que me esvoaçam a alma,

ofertando-me prazer e calma.

Teus braços, ora teus braços. . .

Que tão intensamente me abraçam,

são o fio em que me enlaço,

enquanto flutuo e me desfaço

à luz que emana dos teus olhos.

Teus olhos, ora teus olhos. . .

São brasas acesas na noite,

como olhos de Tigresa,

atenta, à espreita da presa,

para deliciar-se em seu corpo.

Teu corpo, ora teu corpo. . .

Teu corpo é o meu copo,

onde me dessedento

e me embriago com teu vinho

que jorra de tua inesgotável fonte.

Tua boca, ora tua boca. . .

Abismo que me traga,

quando, com voz rouca, gritas,

(nunca, antes, tão desvairada e louca),

Que, enfim, flor desabrochada, gozas.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador de Poesias, na Lapa, que voltou a ser a Lapa -

jlsantos
Enviado por jlsantos em 28/07/2011
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