Colônia Santo Antônio
Era domingo na pacata colônia
A vizinhança acordando tarde,
Aquele cheirinho de café exalando
E convidando todos para visitar o dia.
O bar da Dona Maria encontra-se lotado,
Reunindo o sindicato dos bebum do bairro,
Tocando Amado Batista no último volume,
Antigo hábito, um tradicional costume.
Caxienses vs Nacional entrarão em campo,
A torcida em peso acompanhando o espetáculo.
O clássico imperdível da Colônia Santo Antônio,
Picolézeiros e churrasquinho de gato.
A noite tinha os arranhais
No mesmo campo da Colônia,
No terreno da Dona Sônia,
E na Glorete, esse a gente não esquece.
Criançada animada,
Época da lambada,
Tocando bastante toada.
Sem violência, sem ódio,
Uma geração apaixonada.
Dançarinos de flashback e house,
Fãs de Raídi Rebello,
Frequentadores da Spactron;
Alguns eram galerosos mesmo.
Os banhos de igarapé na fazendinha,
Descendo Santo Antônio na chuva,
Deslizando no papelão rasgado
Na rua de barro molhado.
Acredito que tenha sido a última,
A derradeira infância feliz;
Longe das tecnologias e modernidade,
Os nostálgicos dias de minha mocidade.