UARINI

Enfrento longos dias,

Dentro de um barco.

Só pra te ter.

Subo o Solimões,

Surfando as correntes,

Só pra te ver.

Uarini,

Quando atraco no cais,

Não quero mais sair.

Uarini,

As minhas esperanças,

De paz estão em Ti.

Como a sua farinha,

E me satisfaço.

Com o jaraqui.

As suas castanhas,

E agricultura.

Me prendem aqui.

Uarini,

Quando atraco no cais,

Não quero mais sair.

Uarini,

As minhas esperanças,

De paz estão em Ti.

Mesmo com estiagem

E bancos de areia

Não me impedem de vir.

Pego a catraia

E vou em suas calhas

Para não desistir.