GÁRGULA PANTANEIRA

 

Nas terras do pássaro vim-vim,

Cuida imponente o tricolor Tuiuiú

Do alto da grande catedral

O famoso Marco do Jauru

– repousa diante de São Luiz!

 

A gárgula pantaneira vigia

A paz entre os grandes reinos:

Do Luso e de Quixote,

De Camões e de Cervantes;

E mesmerizada pelo brilho distante

E douro da rivalidade entre as Coroas,

Não percebe a vanidade de seu intento!

 

A gárgula pantaneira vigia

O umbigo viçoso e fértil

Da nobre e valente guerreira,

Princesa Maria do Paraguai,

Que agora distante das armas,

Em paz pode repousar em seu leito,

Embalada pelas ondas formadas

Pelo extenso lençol Guarani;

E no forte braço paraguaio apoiada,

Tranquila pode se banhar e brincar

No balanço das águas que a chalana agitou!

 

A gárgula pantaneira vigia

Aqueles que diminutos caminham

Nos domínios do ilustre Barão,

E enquanto os olhos curiosos

Se divertem com a bela visão,

Sentem-se cuidados pela Ave e jubilosos

Todos na segurança do chão!

 

27/06/2023


 

Obs.: evocando a história e as lendas locais, criei essa singela homenagem a uma parte importante da cidade onde estou radicada e sua fauna (já faz muito tempo, mas fiquei tão impressionada quando vi um enorme e imóvel tuiuiú no alto da catedral, que a viva recordação me deixou inspirada). A nobre demanda me forçou a sair do meu estilo de escrita, razão pela qual considero esse poema experimental.

FotoPraça Barão do Rio Branco, Cáceres-MT, do arquiteto urbanista e artista plástico cuiabano Carlos Pina (tela em aquarela, caneta posca e gel branca, pintada em 18/01/2020).


Visitem meu Site do Escritor: http://www.escrevendobelasartes.com/

Julia Lopez
Enviado por Julia Lopez em 28/06/2023
Reeditado em 03/10/2023
Código do texto: T7824569
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