SAUDADE BARÉ
Saudades da Manaus Interiorana
Da Manaus Cabocla
Da Manaus Antiga
E não da Manaus Moderna:
A cibernética Onlinezista
De Galerosos em Shoppings centers
Com Mono-trilhos ilusórios
Num oásis facebuquiano
Que já quis ser Paris
Com seus Senhores da Borracha
Que já quis ser Liverpool
Com seus The Beatles Karajás
A Nova Veneza do Alto-Rio Negro ...
Saudades dos banhos de igarapés
Que cortavam verdes quintais
Que enchiam com as fortes chuvas
Em divertidas tardes fluviais.
Do futebol de várzea
Do vento frio dos buracos dos assoalhos
Das casas de palafitas
Nos Quadros de Raymond De Sá
Do embalar na rede com pé tuira
Do pano molhado do noturno assear
Do gélido banhar de cacimba
De tecer a malhadeira e ir pescar
Das histórias sobre O Curupira
Mapinguari e o boto encantador
Que nos arrepiavam os pêlos
Nas calçadas a noite, era assustador
Hoje não sabemos mais quem somos
Ou quem queremos ser
Vivemos numa realidade virtual
Na Lixeira Eletrônica do Saber.
Jonathas Oliveira