Casa de sapé dos caboclo
Deitado na rede,caboclo pega palha escolhida
e tece bem devagar seu cigarro de palha,pensando em mulher-flor!
Lá dentro bule de café ,fogão de lenha,traçando trilhas pro amor!
Foi pra sempre mulher de caboclo,tão pouca trouxa,
só flores de jasmim,na orelha,descendo rio que canoeiro passa;
Passa da rede pro fogão,sertanejo caboclo.
Viu nenhum verso de dona flor, nem bilhete de adeus em papel de pão;
Cigarro já aceso,sertanejo caboclo da vários tragadas,fumo do bom!
Caboclo,com passarada já não quer dormir,avista da varanda,rio,
sabe que amanhã planteis de trigo,depois além,em feijão!
E mão boa de enxada é de caboclo sertanejo,não brinca não!
Mas sente peito enfastiado,cadê mulher-flor?!
Hortências,hortelãs,jasmim e capim cidreira Mulher-Flor deixou com ramos
lindos,e lírios de juncos de rio,jasmins,e madressilvas;
Junto a horta com cheiro verde,cabolo apanhou pra dar sorte,galho de arruda!
Sem mazelas a findar dia sertanejo caboclo,chorou;
Rede, fazia fogão crepitante,roça carpida pra quê?!
Fez até pão no forno de barreado,leite com Alecrim,só dele,
Passarada de encosto já chega da jornada,pès de tomates vermelhinhos,
tem também canto de horta,e maracujás,e pé de limão;
Chora de novo sertanejo,caboclo no ápice do monte,bem lá em cima!
Tinha cio bom,mulher-dona-flor,esbarrou com canoeiro e foi-se,
Sertanejo caboclo desandou,chorou tudo,e se calou,
continuou colheita até último grão,
Nas cercanias ,nunca mais caboclo sertanejo falou
em mulher-flor,já sertanejo vai enrolar cigarro de palha e por café no bule
só está esperando a passarada e a lenha cozer feijão!!!