Cigarro de palha e café
(homenagem a Norma Aparecida Silveira Moraes)

Mundão esse,caboclo sem ponteiros de relógio
sem luzeiro,acende fogão a lenha
e aperta lentamente na palha escolhida seu fumo;
De costume vê passarada em sua última fatia de céu!
Consome sua mágoa enquanto ferve café na lenha,
mulher rendeira se foi,beirou rio, desceu canoa de carona,
só troxa pequena ,nada além de lirios no cabelo;,
Matuta o caboclo,deitado na rede,pensando
que solidão sem canto e sem rumo,
perfil da lua se desenha depois do arrebol,
Caboclo degusta café quente coado de bule,
estrela no céu a milhares,as veses cai uma rapidamente!
Onde andará cabocla mulher rendeira,sua mulher-flor?!
sangrando como rio,seu desafeto
clandestinas manhãs por certo virão mais a tempo
que cio das cotovias,
Amanhã roça pede mão de cabolo bom de enxada,
Do plantio à porfia,basta o que se plantaria depois do trigo!
Dorme caboclo,galo já começa a cantar;
Do plantio à porfia,só brasa,café esfriou,seu ultimo fumo,
Relutancia temendo agua no olho,
Do plantio à porfia!!! Bem no cume da serra,pertinho da lua!
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 20/06/2018
Reeditado em 20/06/2018
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