FOTOGRAFANDO EM VERSO, MEU SERTÃO

Se fosse pra desenhar o sertão,

Eu rezaria com padim Ciço, abracaria Padre Rolim e aprenderia a ler junto aos sertanicos irmãos.

Fotografaria as tendências da moda estilizada por Virgulino e acenderia o lampião na noite em que Maria, estivesse muito mais bonita.

Eu rezaria as ladainhas de António Conselheiro e recrutaria um exército benzedor de bondades.

Escutaria o eco da sanfona, Gonzagueando a riqueza nordestina dita lá no sul, por quem tanto amava sua terra e seu povo.

Passaria por João Cabral de Melo Neto, e lhe diria que a vida Severina, foi um espelho pro Brasil.

Aproveitaria o canto de Josa vaqueiro do sertão e convidaria Maria Feliciana pra forrozar enquanto Zecrinha dava outro tom.

Deixaria por entre as campinas, a mesma Rosa que Guimarães cheirou nas terras cálidas de Caldas de Cipó.

Daria um NÉGO em preto e vermelho, paraibanizando a Força de João, com a postura da sua Pessoa.

No arraiar da vida, chamaria

Marines e sua gente, pedia a Gerson filho pra tocar as coisas desta terra em 8 baixos.

Dos 9 estados que compõem esse tão rico nordeste, eu moraria em todos eles de um só vez.

Vestia de cores tantas,os guerreiros de lança, na identidade cultural do meu povo.

Faria um tambor de crioula ressoar pelos lençóis de areias e águas de mar morninha.

Nas terras de José de Alencar, eu beijaria os lábios de mel de Iracema e ergueria um totem com uma esfinge de Teotônio Vilela para que o sertão nunca se esquecesse da sua face.

Dessalinizaria o Mossoró, e o tornaria Doce tal qual os poemas que por ali trafegam.

Pintaria às cavernas em tons rupestre,a beleza extensa desse vasto Piauí.

Faria uma louvação carregada de sonhos, de brilho, de fé e cores tantas para colorir a vida do meu pedaço de chão chamado Nordeste.

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 02/04/2018
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