SÚPLICA DE UM SERTANEJO
Meu Padim Ciço Romão
A cabaça inda não enchi
A cuia nem água viu
Num chove aqui no sertão
Nem nuve aqui surgiu.
Meu Santo Antônio de Pádua
Padroeiro do meu sertão
Faz tempo que num tem água
Num vejo chuva no chão
Só restou a minha lágrima.
Meu São João festeiro
Esse ano num tem festa não
Num diante arrumar terreiro
Aqui nem siná de truvão
Isso esse ano inteiro.
Meu São Pedro dono do tempo
Faça chover no meu sertão
Deixe a noite no relento
Me traga o cheiro do chão
Nem que seja esse momento.
Apelo e peço pra todos ocês
Nessa tristeza profunda
Num encontrei água ainda
Vai morrer de sede as rês
Nessa seca que num finda.
Minha cacimba secou
Minha vaca é só o couro
Meu jumento impacou
O urubu é só agouro
Parece que o mundo findou.
Vou apelar pra São José
Num tem outra solução
Sei que o Santo que ele é
Faz chover no meu sertão
Faz voltar a pranta im pé
Minha súplica é de dar dó
Mas tem pouca água no pote
Num dia é um gole só
Sob o olhar de um caçote
Convidado nesse mote
Minha cacimba já secou
Nem lama lá ficou
Não quero sair do sertão
Nem chorar com a canção
Que Patativa deixou.
RECEBI ESSA INTERAÇÃO DA POETISA ISABELLE MARA
14/07/15 16:54 - Isabelle Mara
Só quem nasceu nessas bandas/
conhece esse sacrifício/
o sertão, a seca chama/
porque será que acontece isso!/
*** É triste mas é verdade/
e é quase sempre assim.../
O sertão é um mundo à parte/
será que isso vai ter fim?/
*** Se chove é sempre demais,/
se não chove não tem água/
e o que é que a gente faz/
se a água do mar é salgada!/
*** Nenhum dos santos nos ouve/
por mais forte que a reza seja/
Mas a asa branca nos trouxe/
uma canção benfazeja.../
*** Mesmo assim quando a cantamos/
descrevemos o sertão
que canta mesmo chorando
já dizia o GONZAGÃO.
*** PATATIVA do ASSARÉ/
cantou as nossas mazelas/
do jeitinho que ela é/
mas também as nossas belezas./
*** É mesmo assim no sertão/
seu povo não se acovarda/
diante da ingratidão/
de quem pode e não faz nada!/
Meu Padim Ciço Romão
A cabaça inda não enchi
A cuia nem água viu
Num chove aqui no sertão
Nem nuve aqui surgiu.
Meu Santo Antônio de Pádua
Padroeiro do meu sertão
Faz tempo que num tem água
Num vejo chuva no chão
Só restou a minha lágrima.
Meu São João festeiro
Esse ano num tem festa não
Num diante arrumar terreiro
Aqui nem siná de truvão
Isso esse ano inteiro.
Meu São Pedro dono do tempo
Faça chover no meu sertão
Deixe a noite no relento
Me traga o cheiro do chão
Nem que seja esse momento.
Apelo e peço pra todos ocês
Nessa tristeza profunda
Num encontrei água ainda
Vai morrer de sede as rês
Nessa seca que num finda.
Minha cacimba secou
Minha vaca é só o couro
Meu jumento impacou
O urubu é só agouro
Parece que o mundo findou.
Vou apelar pra São José
Num tem outra solução
Sei que o Santo que ele é
Faz chover no meu sertão
Faz voltar a pranta im pé
Minha súplica é de dar dó
Mas tem pouca água no pote
Num dia é um gole só
Sob o olhar de um caçote
Convidado nesse mote
Minha cacimba já secou
Nem lama lá ficou
Não quero sair do sertão
Nem chorar com a canção
Que Patativa deixou.
RECEBI ESSA INTERAÇÃO DA POETISA ISABELLE MARA
14/07/15 16:54 - Isabelle Mara
Só quem nasceu nessas bandas/
conhece esse sacrifício/
o sertão, a seca chama/
porque será que acontece isso!/
*** É triste mas é verdade/
e é quase sempre assim.../
O sertão é um mundo à parte/
será que isso vai ter fim?/
*** Se chove é sempre demais,/
se não chove não tem água/
e o que é que a gente faz/
se a água do mar é salgada!/
*** Nenhum dos santos nos ouve/
por mais forte que a reza seja/
Mas a asa branca nos trouxe/
uma canção benfazeja.../
*** Mesmo assim quando a cantamos/
descrevemos o sertão
que canta mesmo chorando
já dizia o GONZAGÃO.
*** PATATIVA do ASSARÉ/
cantou as nossas mazelas/
do jeitinho que ela é/
mas também as nossas belezas./
*** É mesmo assim no sertão/
seu povo não se acovarda/
diante da ingratidão/
de quem pode e não faz nada!/