MEU LAMENTO SERTANEJO
Vejo carcaças e vermos nessa seca
Que devasta meu querido sertão.
As rezas, novenas, essa fé certa,
Reduz a dor, mas não rega nosso chão.
As folhas secas misturadas com restos,
Peles e ossos das pobres reses no torrão,
Deixando o fiel sertanejo em descréditos,
Com o Deus sumo desse mundo cão.
Vejo olhares aflitos caçando nuvens no céu,
Como último anseio dos marejados olhos,
Que vagam o universo do longínquo véu,
Procurando respostas e outros atalhos.
Mistério domado, vasto, incontido, nato,
Desaparecido, envelhecido, havido,
Noutro tempo, outro chão, outro formato,
No olhar esquecido, nesse sertão conato.
Escuto o ultimo berro, uma rês desgarrada,
O pau-de-arara contesta com outra visão,
Anunciando percurso de uma nova jornada,
Procurando retirante do meu sofrido sertão.
Vejo homes e mulheres, ajeitando o matulão,
Retirantes desgarrados de suas mães, terras,
Outras vontades contidas em sua visão,
Mas devastada no combate, nessas guerras.
Olho crianças procurando uma razão,
Por que deixar para trás seus taipais,
Seu velho e magro cavalo alazão,
Buscar outros sonhos, noutras capitais.
Seus ouvidos astutos escutam explicações,
Mas não lhe cabem entender as decisões,
Deixar para trás seus sonhos, os amigos,
Umas razões, pesadelos, outros castigos.
Vejo o pau-de-arara levantar a poeira,
Os abraços, o adeus, olhos, lacrimejo,
Não entendo tanta devastação, secura,
Nessa região do valente sertanejo.
Não vejo castigo do bom Deus senhor,
Acredito que toda essa devastação
Tem credito do homem, outro penhor,
Que rapina e assola todo meu sertão.
Esse lamento é de todo sertanejo
Que sonho com a chuva e a plantação,
Não deixar suas terras, seu desejo,
Viver da labuta em seu pobre torrão.
Vejo carcaças e vermos nessa seca
Que devasta meu querido sertão.
As rezas, novenas, essa fé certa,
Reduz a dor, mas não rega nosso chão.
As folhas secas misturadas com restos,
Peles e ossos das pobres reses no torrão,
Deixando o fiel sertanejo em descréditos,
Com o Deus sumo desse mundo cão.
Vejo olhares aflitos caçando nuvens no céu,
Como último anseio dos marejados olhos,
Que vagam o universo do longínquo véu,
Procurando respostas e outros atalhos.
Mistério domado, vasto, incontido, nato,
Desaparecido, envelhecido, havido,
Noutro tempo, outro chão, outro formato,
No olhar esquecido, nesse sertão conato.
Escuto o ultimo berro, uma rês desgarrada,
O pau-de-arara contesta com outra visão,
Anunciando percurso de uma nova jornada,
Procurando retirante do meu sofrido sertão.
Vejo homes e mulheres, ajeitando o matulão,
Retirantes desgarrados de suas mães, terras,
Outras vontades contidas em sua visão,
Mas devastada no combate, nessas guerras.
Olho crianças procurando uma razão,
Por que deixar para trás seus taipais,
Seu velho e magro cavalo alazão,
Buscar outros sonhos, noutras capitais.
Seus ouvidos astutos escutam explicações,
Mas não lhe cabem entender as decisões,
Deixar para trás seus sonhos, os amigos,
Umas razões, pesadelos, outros castigos.
Vejo o pau-de-arara levantar a poeira,
Os abraços, o adeus, olhos, lacrimejo,
Não entendo tanta devastação, secura,
Nessa região do valente sertanejo.
Não vejo castigo do bom Deus senhor,
Acredito que toda essa devastação
Tem credito do homem, outro penhor,
Que rapina e assola todo meu sertão.
Esse lamento é de todo sertanejo
Que sonho com a chuva e a plantação,
Não deixar suas terras, seu desejo,
Viver da labuta em seu pobre torrão.