LUIZ GONZAGA, POESIA, RELIGIÃO
LUIZ GONZAGA, POESIA, RELIGIÃO
(José Ribeiro de Oliveira)
Tenho dúvida se alguém sente
Com a mesma propriedade
Sentindo também saudade
De coisas que nem viveu
Fazendo encantar a alma
Pelas cenas da história
Reconstruindo a memória
Intensa assim como eu
Ouvindo Luiz Gonzaga
Retratando o meu Sertão
Nos versos de uma canção
Como um filme bem narrado
Não há maior perfeição
Entre arte e a poesia
Integrada em melodia
Do seu baião bem tocado
A cultura eternizada
De um povo quase esquecido
Num Nordeste tão sofrido
Para todo mundo ver
E mesmo em qualquer canto
Bastando ter sentimentos
Se entende bem seus lamentos
Sem mesmo lhe conhecer
Luiz Gonzaga, cantou tudo que queria
Cantou a noite e o dia
E as coisas do meu Sertão
Com sua arte sua voz deixou história
E toda a sua memória
Viverá no seu baião
Fez poesia da Estrada do Canindé
Lua branca e uma cabocla
Com a gente andando a pé
Fez espalhar por toda a plantação
O verde dos olhos dela
Pra ver brotar no Sertão.