Meu Velho Chico

Belo rio que roça as ancas da Amélia

Ilha mais bela das tantas desse velho

Chico mineiro tuas baianas camélias

Filhas te veneram o serpenteio ligeiro

Das colinas verdejantes teu rastro aviva

No desejo gélido do mergulho sutil

Em teus cristais aquosos um corpo vil

Quem não viu a pureza desta alma cativa?

Santo rio como riu de tua graça

Que outrora se engraça nas lendárias serpentes

No fogo desta ilha que deu luz a esta gente

Debruçada sobre o Francisco a Dutra passa

Cruzes em meu credo nestas velas vadias

Nestas proas estranhas de carantonhas belas

Carrancudas criaturas entre alas paralelas

Espantam maus espíritos, perpetuam alegrias

No manso sacolejo te embalo em mil marolas

E permites minha garganta tua sede saciar

Meu corpo tão penitente de no peito te abrigar

Meu rio de todas, de muitas longínquas horas.

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 16/12/2011
Reeditado em 08/10/2016
Código do texto: T3391273
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