Frio e Chuva
Céu escuro parece noite.
É noite, e a chuva não passa.
Uma sinfonia de agouro.
Com a dor de saudade.
Chuva forte, cai depressa.
Esfria, e o corpo treme.
Medo do retorno para a cidade fria.
As rugas dos dedos aumentam.
Há mais frio.
E, uivos de vento entrando nas frestas.
Há muito mais frio.
Dedos ficam rijos e azuis.
A sombra da morte bate na porta.
E a solidão ocupa todos os espaços.
A fome entra sem ser convidada.
O alimento espera congelado.
Congelado...
O cobertor, mal cobre as pernas.
A cada movimento esfria mais.
Não há como evitar a tremedeira.
A cada aspirar, um ar congelante sufoca.
Dói o pulmão e a alma.
Dói de saudade dos dias mornos,
Todos os dias do ano.
PESADELO.
Bom demais acordar no litoral da Bahia.
http://www.michelonenergia.com.br