O Fascismo Não Vingará
Era como se a aurora tardasse
Era como se faltasse o dia
E era como se ao homem não bastasse
A luz da luz do dia.
E era então como se estivésseis
Tão cegos que morrer
Era como se pedísseis
À prece o bem querer.
E era ainda como se perdidos
Buscassem da raiz o nome
Apelando aos sentidos
Como quando se tem fome.
E era assim como sozinhos
E era ainda a esperança
Palmilhando caminhos
De uma antiga herança.
E era choro e era grito
Senho, sangue e suor
Quase como se fora um rito
De uma alma maior.
Rito sem fundamentalismo
Vontade como um sorriso
E era assim o capitalismo
Uma coisa sem siso.
E o homem não vergava
Fazendo da labuta seu dia
Tudo quanto lhe custava
Viver com alegria.
E éramos uma só alma
E éramos um só querer
Erga-se pois a palma
No horizonte a se perder.
Jorge Humberto
04/10/2005