Prece ao Vento.
Rogar ao caos
Um Deus pagão.
Compreender que nada
Surge do acaso, a não ser
A própria ignorância.
Fere-se com o metal, mas
Também com palavras.
Do que virá pela frente
Pouco se sabe; apenas poucos
Sabem sobre o infinito vazio.
Lacunas, precipícios e o ar:
Páginas em branco dum diário
Onde a tinta do amanhã
Tornar-se-á indelével
Na forma dum sorriso paralisado;
Sentimentos emudecidos, onde
Nada poder-se-á fazer, a não ser
Orar para o infinito vazio celestial.