Minha Escrivaninha
Há um caus silencioso
Em cada objeto perseguido
Pelo vazio do meu olhar.
Uma turmalina negra,ou
Um fragmento de borracha
Preso aos meus pensamentos.
Do banheiro ouço fio de água
A fugir pela torneira da pia;e
A porta a ranger enquanto
O gato passa silencioso.
Nas noites más dormidas;
Aspiro fundo o odor da pele
Úmida de minhas mãos;
Se fosse um cão lembraria
Dos lugares e guardaria só pra mim.
Vários objetos são repletos de lugares
Todos sobre a escrivaninha;
Por onde a maior parte do dia
Passa sem me avisar
Silenciosamente.