Minha Escrivaninha

Há um caus silencioso

Em cada objeto perseguido

Pelo vazio do meu olhar.

Uma turmalina negra,ou

Um fragmento de borracha

Preso aos meus pensamentos.

Do banheiro ouço fio de água

A fugir pela torneira da pia;e

A porta a ranger enquanto

O gato passa silencioso.

Nas noites más dormidas;

Aspiro fundo o odor da pele

Úmida de minhas mãos;

Se fosse um cão lembraria

Dos lugares e guardaria só pra mim.

Vários objetos são repletos de lugares

Todos sobre a escrivaninha;

Por onde a maior parte do dia

Passa sem me avisar

Silenciosamente.

airton parra sobreira
Enviado por airton parra sobreira em 01/11/2019
Reeditado em 12/11/2020
Código do texto: T6784886
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