O PONTO de VISTA, à VISTA
Eu tenho as vistas. Avisto longe.
Vejo o que vejo, em várias vistas.
As vistas, que por outros,
Como este poema, não são vistas.
A vista que vejo no horizonte, bem distante,
Parece-me uma reta, uma curva,
Um semicírculo, um cone.
Vem dançando num redemoinho louco.
Pigarreando; rouco.
Converge para a direita?
Para a esquerda? Para o centro?
Miragem? Miopia? Estrabismo? Mandala?
Uns balbuciam; outros teorizam; outros indagam.
Conclusivamente, diante da limitação-limitada,
ninguém explica, tudo se cala!!
O matuto,
Com seu ponto de vista astuto:
"Se todos indagam, indago eu:
O defeito está na vista,
Ou à vista"?
Vistas, vistas, vistas!...
Quais são as vistas, não vistas,
que ainda faltam para ser vistas??
Bom seria, se houvesse uma planta saudável,
Verde, hidratada, viva, esclarecida e esclarecedora: auto-sustentável.
Com miríades de pontos, formando retas.
Retas-retas; retas-curvas, valsando a perfeição geométrica.
Visíveis as minhas vistas,
Lacônicas, tácitas, diretas;
Para definir esta batelada de vistas emendadas,
Letras, escritas, remendadas.
Em qualquer parte do mundo,
De um ponto miúdo,
Que abre-se infinitamente para o finito,
É difícil ver as muitas vistas,
Por um redundante ponto de vista;
Com uma vista só.