O PONTO de VISTA, à VISTA

Eu tenho as vistas. Avisto longe.

Vejo o que vejo, em várias vistas.

As vistas, que por outros,

Como este poema, não são vistas.

A vista que vejo no horizonte, bem distante,

Parece-me uma reta, uma curva,

Um semicírculo, um cone.

Vem dançando num redemoinho louco.

Pigarreando; rouco.

Converge para a direita?

Para a esquerda? Para o centro?

Miragem? Miopia? Estrabismo? Mandala?

Uns balbuciam; outros teorizam; outros indagam.

Conclusivamente, diante da limitação-limitada,

ninguém explica, tudo se cala!!

O matuto,

Com seu ponto de vista astuto:

"Se todos indagam, indago eu:

O defeito está na vista,

Ou à vista"?

Vistas, vistas, vistas!...

Quais são as vistas, não vistas,

que ainda faltam para ser vistas??

Bom seria, se houvesse uma planta saudável,

Verde, hidratada, viva, esclarecida e esclarecedora: auto-sustentável.

Com miríades de pontos, formando retas.

Retas-retas; retas-curvas, valsando a perfeição geométrica.

Visíveis as minhas vistas,

Lacônicas, tácitas, diretas;

Para definir esta batelada de vistas emendadas,

Letras, escritas, remendadas.

Em qualquer parte do mundo,

De um ponto miúdo,

Que abre-se infinitamente para o finito,

É difícil ver as muitas vistas,

Por um redundante ponto de vista;

Com uma vista só.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 17/04/2015
Reeditado em 17/04/2015
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