Portos

Os olhos navegam,

Num mar invisível.

Entre vazios azuis; respira.

Vento e casco batem nas ondas

Instáveis, frias e sombrias.

Dum olhar mais atento,

Vêem-se portos que partiram,

De seus próprios portos.

Sobras de ilusões cravadas,

Em âncoras cobertas de cracas.

O passado é a parte mais viva.

Navegar com velas estiradas,

Carregadas de vento e ansiedade.

O mar não se opõe ao pensamento,

Apenas irá cobri-lo com sua distância.