PENUMBRA

(reeditado pois eu amei tê-la escrito)

 

 

Sou das penumbras

das brumas frias dos ventos

Sou dos subúrbios das mágoas

mergulhada em contratempos

Sou das marés revoltadas

dos abissais tormentos

Sou das ilusões desencantadas

afogada nos lamentos

Sou das florestas devastadas

deteriorada pelos ditos portentos

Sou das preces esquecidas

dos gastos joelhos machucados

Sou das sobras dos meus sustenidos

claves de sol desafinadas

Sou o que restou do que fui um dia

da poesia que antes havia

Sou resíduo de ardor que por ti sucumbia

penumbra pálida aguerrida

Sou meu próprio açoite e espada

mesmo por dentro morta

não consigo arrancar-te da minha vida

 

 

 

 

 

 

** Obrigada aos leitores que comentaram em 29/07/2019.

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 07/11/2023
Reeditado em 07/11/2023
Código do texto: T7926707
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