CELEBRAÇÃO
Celebrando aqui nesta tumba de quatro paredes
A minha morte em vida sem nexo, pura covardia
Você não me amou, nunca entrou nas minhas redes
Pensando bem, muitas e muitas vezes, de mim fugia
A nossa relação acho que foi, como um divórcio à revelia
Acreditei que o distanciamento, era só um tempo depois viria a alegria
A espera sempre foi suportável, pois sabia que você voltaria
As horas seguiram os meses através dos anos, feriu-me a letargia
Agora o frio dentro do meu peito, é duro tal e qual mármore
O pranto secou na face e, abriu vielas horizontais
Sinto-me num Outono fora de época, com folhas caíndo da árvore
Estou morta, cheia de medos sombrios, espelhados e frontais
As janelas da alma se fecharam, parciais e convictas
Minhas considerações, emudeceram sem certezas, contritas
A constatação da derrota, escreverei em longas fitas
Serão as mesmas, com que enforcarei o coração, as emoções serão restritas