POÇO DE OSSOS

Ao marfim

que minha carne cobre

brancos, muito brancos

etéreas nuvens

nos caminhos sem fim

Você apenas ouve

gemidos derramados

gota a gota

em horas de fastio.

Dobres suspirados...

As estatuetas se diluem

corroídas no ácido da ira,

lembram a face dos heróis de mentira.

Sobre a consciência a luz

queda perpendicular

tombam caibros sem consistência.

(Dói a alma e ninguém sabe.)

Tácito

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 16/08/2020
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