Servindo o ser...
Nos sobra muito pouco!
Rastejar na sarjeta
Expor os ossos enquanto vivo
Conter o asco, enquanto
Vermes e moscas harmonizam-se
Com as flores na lápide.
Colhe o tempo o que restou,
Serve-me com a chuva
Onde estiver a semente
Com vontade de brotar.
Trazem-me em um vaso avulso
Exibo o meu grelo.
Tateiam meus ramos
Tentáculos cegos
Perdidos na rota
Incapazes de chegar
Advinham a luz inútil
Não almejam novas folhagens
Amo sem queixume o estrume!
Deixa o campo fértil
Sou a terra, estou pronto.
Maduros os grãos
Quem ao gozo os conduzirão?
Cessará o estupro da fome?
Virão ainda outras folhas!
Outros frutos
Espinhos e pragas
Águas e mágoas... Desejos.
Virá a foice da ingratidão
Virá o machado da partida.
Não há dor, não há amor
Quando a lagarta come
Seu pedaço de folha
Aceito seus dentes valentes
Mastigando com fúria
Enquanto a fome não some.
As vezes rio...
Há folhas amargas, venenos...
Deixa-me leve e limpo
Corpo para o melhor desejo
Os botões já surgem
Belo regalo aos manduruvás.
( Do pó da terra, a própria terrra...)
T@CITO/XANADU