Solidão é faca afiada no peito nu, aberto
Lacera o espírito como a sangrar a pele
É o espectro da morte, rondando perto
Uma agonia que a razão afana, repele.

E quando a noite descende cá na serra...
O vento vozeia alto nas folhas do coqueiro
O silêncio é bicho que a alma casta aterra
Devorando o riso branco por inteiro.

Busca-se um luzeiro no fim da estrada
Uma carícia, um beijo que propicie analgesia
Para a dor pungente e desgraçada!

E não há cousa alguma que preencha o vazio
Sempre que a ave negra grasna na poesia
Na alma solitária um medo, um arrepio.

Anna Corvo
(Heterônimo de Elisa Salles)
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 13/02/2019
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