MOSTEIRO

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Só restava à Deus me entregar
Pois de clausura e silêncio eu entendia muito bem
Muda fiquei por anos a fio só para te celebrar

Fechada em copas sofrendo em ponta de espadas
Impedida por duros olhares de realizar qualquer jogada
No teu tabuleiro sou torre sem degraus de  escadas

Teu amor foi só um tormento que me viciava
Que me completava e devagarinho me destruia
Selava meus lábios e minha voz silenciava

Tu roubastes minhas alegrias e vaidade
Fostes no vento galopando um trovão
Me deixando presa a ti meio fora da realidade

Caminhante no tempo cheguei ao velho mosteiro
Arrastava meu desespero e triste solidão
Fui acolhida não pela metade e sim meu todo inteiro

Sob os véus da santa clemência
Faço o bem sem olhar a quem calada
Cumpro minhas obrigações com leniência

Somente ao Pai Eterno em segredo confesso
Que tu nunca saistes do meu pensamento
Sou ré pecadora e por isso perdão eu peço


* Fonte - Imagem - Google



 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 27/01/2019
Reeditado em 05/02/2019
Código do texto: T6561009
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